MILTON RIBEIRO DANTAS: DA TISIOLOGIA
À OBSERVAÇÃO ASTRAL
MILTON RIBEIRO
DANTAS
O médico Milton Ribeiro Dantas nasceu
na cidade de Mossoró, em 22 de novembro de 1914, e faleceu em Natal a 8 de
novembro de 1992. Era o primeiro filho - de uma prole de quatro - do
casal José Ribeiro Dantas(1889-1950) e Helena Villar Ribeiro Dantas(1891-1987).
Depois de concluir o curso secundário
– iniciado em Mossoró –transferiu-se para Recife, onde formou-se em medicina na
turma que colou grau no ano de 1936. Dois anos depois, consorciou-se com a sua
prima Mirtes Ribeiro Dantas, tendo nascido três filhos: José Ribeiro Dantas,
Maurício e Paulo Eduardo.
Especialista em tisiologia ocupou
vários cargos relevantes na sua profissão: Diretor do Hospital São João de
Deus, no período de 1938 a 1944, e do Sanatório Getúlio Vargas, durante quinze
anos (1944-1959). Foi diretor do Instituto de Medicina Legal e Criminalística
do Estado e professor fundador da cadeira de Medicina Legal na Faculdade de
Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Além da sua atuação como médico
revelou-se um influente deputado estadual (1951-1954), tendo sido um dos
fundadores da União Democrática Nacional-UDN, no Rio Grande do Norte, sendo
secretário geral do Diretório Regional, de 1950 até janeiro de 1961, quando
renunciou, abandonando as atividades políticas. Dentre os projetos apresentados
destacam-se a criação do Departamento Médico Legal, na Secretaria de Segurança
Pública, criação do Serviço de Assistência Psiquiátrica, na Secretaria da Saúde
e Assistência Social; e, a criação do Departamento Estadual da Criança.
Foi membro de diversas entidades
assistenciais e científicas, destacando-se a Sociedade de Medicina e
Cirurgia do Rio Grande do Norte, da qual foi presidente no biênio
1942-1943; fundador da Liga Norte-Rio-Grandense contra o câncer; membro
correspondente desde 1937, da Sociedade Brasileira de Tuberculose;
Fellow doAmerican College of Physicians, diploma de março de 1949; Membership
do American Trudeau Society –Medical Section of National Tuberculose
Association, título de maio de 1953; membro titular da Union
International contre la Tuberculose; correspondente da Sociedade de
Medicina e Criminologia de São Paulo e membro titular da Sociedade
Brasileira de Medicina Legal e Criminologia.
Atento conhecedor da condição
humana era, também, “observadorespacial” como mostra os versos de sua autoria,
impressos na antologia Uns Fesceninos, organizada por Oswaldo
Lamartine de Faria, editada no Rio de Janeiro em 1970.
O sol e a lua fornicam
No leito azul do infinito.
Se há coisas que bem se explicam,
Outras não, nunca, jamais:
Como muitos animais,
O sol e a lua fornicam.
A posição que praticam?
- Pode até ser esquisito –
Mas todo mundo, tem dito
Que é um fato indiscutível,
Perfeitamente possível,
No leito azul do infinito.
Revelando-se, também, um arguto observador da “fauna”, sentenciou:
Há quem pareça sem ser
E quem é, não parecendo.
Quero dar meu parecer
Com absoluta isenção,
Tenho até convicção,
Há quem pareça sem ser
Só quem poderá dizer
O que pareça, não sendo,
Distinguir o que está vendo,
Pois nunca, jamais, se engana,
É o verdadeiro sacana
E quem é, não parecendo.
JOÃO GOTHARDO DANTAS EMERENCIANO
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Rejane.(Coord.) 400 nomes de Natal. Natal: Prefeitura Municipal
de Natal, 2000.
FARIA, Oswaldo Lamartine de. Uns Fesceninos.Rio de Janeiro: Artenova,
1970.
LIMA, Manoel Jácome de. O Poder Legislativo do Rio Grande do Norte no
Regime Republicano. Revista do IHGRN, vol.LVI-LVII-LVIII, anos
1964-1965-1966.
MOURA, Carlos Alberto Dantas. Família Ribeiro Dantas, de São José de
Mipibu. Brasília: Cegraf, Senado Federal, (19??).
FONTE - JORNAL SUL NATAL
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